
"Hoje quero brincar do jogo do contente.
Não porque quero negar a ausência que sinto, mas porque quero aprender que não há necessidade de sofrer.
Eu nunca vi alguém rir dentro de uma UTI. Nem gargalhar antes de entrar em um Centro Cirúrgico. Mas o sorriso sempre foi a sua marca registrada.
Hoje quero brincar do jogo do contente.
Quero poder olhar para os meu netos e dizer minhas últimas palavras:
Vocês vieram me ver? E compraram o ingresso?
E havíamos comprado.
Sim, havíamos comprado. Na verdade ele nos foi dado no momento que podemos conviver, amar e aprender com você.
Pois durante todos esses anos você nos ensinou como viver...
E agora, nos ensina como partir. Afinal, morrer é como viver... pode ser sereno.
Hoje quero brincar do jogo do contente.
Para você estava difícil conseguir brincar. A vida já pesava nos ombros da nossa pequena gigante. E a missão já estava cumprida: Filhos, netos e bisnetos... uma longa vida... e o grande amor da sua vida já havia se retirado desse grande palco.
Faltava um pedaço... agora você está completa.
Hoje quero brincar do jogo do contente.
Quero imaginar que o descanso merecido chegou. Quero imaginar que aprendi a ver os momentos difíceis com outros olhos. Que os problemas existirão, que o obstáculos precisam ser vencidos. Mas, não precisa ser sofrido.
Quero ter certeza que aprendi tudo que tinha que aprender com você.
Hoje quero brincar do jogo do contente.
Hoje, você não precisa mais brincar... apenas observar e descansar.
Então, nossa pequena gigante; anjo-menina, feche os olhos, as luzes se apagam.
O merecido descanso chegou.
Durma bem
Amamos você.
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