A criança olhava triste para o mar, observando as ondas quebrarem na areia, em um movimento contínuo e melancólico. O vento cheio de maresia e trazendo o odor de sargaço, soprou-lhe no rosto, jogando seus cabelos em seus olhos.
Estava só.
Mais uma vez.
A praia não estava vazia, pelo contrário, havia pessoas por todos os lados: no mar, brincando na areia, deitadas sob o sol ou protegidos pela sombra de um guarda-sol. Milhares... mas ao mesmo tempo... ninguém.
Um frio percorria-lhe a espinha: uma sensação de vazio, que aprendeu a gostar. Era algo que havia identificado como seu... que constituía sua própria identidade.
A solidão era sua... virara amiga e companheira. E não havia mais ninguém, apenas ele e seus pensamentos.
Eram tristes... pois neles só haviam lembranças: momentos que não voltariam. Um tempo em que viver significava estar ao lado de quem amava; de sentir o seu abraço... o calor confortante de seu colo.