sábado, 24 de setembro de 2011

Thalita Rebouças e as pérolas de sua caixa postal

Thalita Rebouças é uma jornalista e escritora carioca que iniciou sua carreira 1999, mas que só ficou conhecida pelo grande público em 2003, quando passou a publicar seus livros pela editora Rocco. Desde então, não parou mais e já vendeu mais de um milhão de exemplares. Em 2009 ela deu o primeiro passo rumo à sua carreira internacional, lançando seus primeiros livros em Portugal. Thalita também fez várias participações em programas da TV Globo, sempre relacionadas ao público adolescente e atualmente onde faz o quadro EE de Bolsa, do Esporte Espetacular.


Confesso que nunca li seus livros, mas seus fãs têm demonstrado muita paixão pela escritora, que, ao meu ver, tem como marca registrada seu grande carisma.


A primeira vez que ouvi falar de Thalita Rebouças foi durante uma palestra de Raphael Draccon em Natal, que citou algumas estratégias de alguns escritores para conseguirem publicar seus livros. Cada um deles teve uma forma muito própria que acabou se tornando o seu diferencial. Uma forma que os fez se destacar e não serem mais um na multidão. No de Thalita, se não me falha a memória, houve laços de fitas e doces envolvidos. Um forma bem ao seu estilo “fofa de ser”.

Justamente por acreditar que para se destacar é preciso ter um diferencial que admiro a coragem de Shulai ao apresentar o seu “na mira dos livros” no site “sobrelivros”, na forma como André Vianco apostou todas as suas fichas para se publicar e conseguir expor sua obra em diversas livrarias de São Paulo para só então ser descoberto pela “Novo Século”. Além é claro, da idéía de em seu romance de estréia já divulgar o seu outro livro que nenhuma editora havia aceitado publicar. Na entrevista com Jô Soares, Thalita comenta o seu início de jornada para ser reconhecida pelo grande público.

É preciso ter um diferencial.

O caminho para desbravar a selva editorial é um longa jornada... mas algumas pessoas buscam atalhos. Deixo vocês com um artigo que a Thalita Rebouças escreveu em seu blog, intitulado: “Pérolas da minha caixa postal” (Link)

"Antes da Bienal, eram cerca de 100. Depois dela, passaram a chegar uns 160 emails por dia. Embora eu não consiga responder, a leitura dessas mensagens sempre me encheu de alegria. Dá força receber tanto carinho, emociona saber como os meus livros mexem com as pessoas. Mas às vezes os emails me surpreendem e/ou me fazem rir. Abaixo, alguns trechos dessas pérolas.


'Thalita, tenho que fazer um trabalho pra escola, valendo nota, do Fala Sério, Amor!. Você pode me ajudar? Você só precisa escrever um perfil curto de cada personagem (máx. 7 linhas) e depois um resumo da história (máx 20 linhas). Se eu copiar resumo da Internet a prof vai perceber, vou tirar zero e ainda vou levar esporro. Não demora, por favor! Tenho que entregar daqui a 2 dias. Valeu!!!!!!'

Que tal? E eu que achava que EU era cara de pau… Tsc, tsc, tsc.

'Thalita, atachado vai um livro que escrevi sobre física quântica e sua relação com astrologia. Parece complexo, mas não é. Foram anos de estudos. Leia, revise, escreva o prefácio e o encaminhe à sua editora com uma carta de recomendação. Você não vai se arrepender. Espero uma resposta rápida, ok? Não me decepcione. Pela atenção, obrigado.'

Detalhe: o livro tinha 1200 páginas.

'Querida Thalita, é com júbilo maior que lhe escrevo esta missiva eletrônica. Sou um escritor cujo sonho é publicar um livro e me lançar nessa carreira que lhe abraçou tão intensamente. Escrevi um livro, um dos melhores que já li, modéstia à parte, e gostaria, com a sua ajuda, de publicá-lo. Você não precisa nem ler a minha obra. Eu lhe garanto: ela é excelente. A única coisa que peço é que você assine o livro comigo. Com o seu nome ao lado do meu, garanto a minha entrada no mundo das letras. Os direitos autorais serão, evidentemente, divididos em percentuais que podemos negociar. Que tal? Proposta irrecusável, não?'

Recusei a proposta irrecusável e recebi de volta um email indignado, com mil desaforos raivosos e palavrões impublicáveis. Tadinha de mim.

'Thalita, tenho 12 anos e 7 meses e tô pronta pra beijar. Minha mãe não acha isso, mas eu acho. Por isso, vim te pedir ajuda. Me ensina a beijar? Onde boto a língua? O que faço com ela? Posso treinar na tela do computador?'

Mensagens desse tipo eu recebo aos montes (com algumas variações). E, não, não acredito que ninguém, em tempo algum, seja capaz de ensinar a beijar via email.

'Thalita, adoru seu geito expontanio. kero iscreve un livro, mais num sei pur onde comessa. Td mundu diz que nassi p issu. Mi ajuda?'

Esse eu não resisti e respondi: 'Comece lendo muito. Muito mesmo. Só assim você vai ganhar intimidade com a nossa língua para depois pensar em escrever um livro. Boa sorte!'

'Thalita, trabalho como DJ há muito tempo. Mando bem, boto geral pra dançar. Mas preciso virar um DJ-celebridade pra ganhar mais dinheiro. Você deve conhecer todos os DJs-celebridades. Me dá o email deles? Aí eles podem me passar as festas que eles não quiserem fazer. PS: Tenho 13 anos, nunca li nenhum livro seu, mas te adoro. Minha vizinha leu todos. Se você me ajudar prometo fazer sua próxima festa de graça.'

Hum… É… Assim… DJ-celebridade? Por que ele acha que eu conheço 'todos os DJs-celebridades'? Quem são os DJs-celebridades? Tive vontade de dizer: inscreva-se no próximo BBB. Mas ele tem só 13 anos.

Viram como é divertido? Vou pegar emprestado o bordão do meu vizinho de blog, Bruno Chateaubriand: 'é cada uma que parece duas'. Ou três."

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