Você
ainda está se perguntando o que mais Zébiel ainda vai descobrir? Toda vez que
penso nessa história, essa pergunta me vem à cabeça. Há outras perguntas também, mas eu as
compartilharei com vocês no momento apropriado.
Todos
os dias antes de ir para a escola, José Gabriel ia até o portão de sua casa com
Rex logo atrás. Após fechar o portão e caminhar em direção à parada de ônibus
ele olhava para trás e via seu cachorrinho em pé, na cadeira de madeira que
ficava na varanda, com as patas dianteiras sobre os braços da cadeira, de forma
a conseguir ver acima do muro e observar o menino indo para a escola. Zébiel sempre
sorria vendo a cena. Aquecia-lhe o coração e renovava a certeza que os dois
tinham uma relação muito especial.
Entretanto,
dessa vez foi diferente.
-
Você precisa mesmo ir, não vá, não vá!
– Rex pulava nas pernas de Gabriel.
-
Então era isso que você queria me dizer todos os dias?
-
Não gosto quando você vai embora. Eu
sinto a sua falta... – o cachorrinho fez uma cara triste, sentando no chão.
Zébiel
ajoelhou-se no chão e afagou o amigo atrás das orelhas.
-
Eu preciso ir, mas eu volto.
-
Você volta?! Rex pousou as patas
sobre o antebraço de Zébiel, balançando o rabo
-
Volto, amigão.
Gabriel
fechou o portão e começou a descer a rua. Resolveu olhar para trás, como havia
feito tantas vezes. Rex estava na cadeira. Mas não estava empertigado sobre os
braços da mobília. Estava deitado, olhando para o menino. O cachorrinho estava
calmo com a saída do amigo, pela primeira vez.
Pois
alguma coisa havia mudado.
Ele
sabia que Zébiel partia, mas que ia voltar.
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