Moisés tem se destacado como cronista do blog literário Li Um Livro e em seu blog "A Profecia de Leslienth", tem procurado apresentar para os seus leitores, novidades sobre o mundo literário, não só no eixo Rio-São Paulo, como estamos acostumados, mas de vários cantos do país.
Essa semana fui o autor convidado para ser entrevistado por ele. Original Aqui
Entrevista com Marcos Monjardim
Hoje trago pra vocês a entrevista que o blog realizou com o escritor
Marcos Monjardim autor do livro Peregrino.
Marcos tem 32 anos e nasceu em Brasília DF, mas atualmente moram em
Natal com sua mulher e um filho.
Formado em Psicologia pela UFRN, Marcos trabalha como auditor fiscal no
estado da Paraíba.
Quando não está trabalhando ou escrevendo, gosta de ter sempre um bom
livro para ler, jogar vídeo game ou assistir a um bom filme.
É dedicado a família e tem passados ótimos momentos com seu filho
Heitor, nascido a pouco tempo.
Dentre suas leituras preferidas estão: “As Brumas de Avalon” (Marion
Zimmer Bradley), A Série “Darkover” (mesma autora), A Série “As Crônicas de
Gelo e Fogo” (George R. Martin).
“– Estou terminando de ler: O Festim dos
Corvos”, - Diz o
escritor.
A literatura nacional também possui espaço reservado em sua estante.
Alguns bons exemplos são: A Série “Dragões de Éter” (Raphael Draccon), “Os Sete”
(André Vianco), “Sétimo” (André Vianco).
Primeira Parte: Peregrino
Blog:
Olá Marcos! Algumas pessoas escrevem
desde pequenas, outras encontram essa arte por acaso e com o tempo. Quando você
decidiu que queria escrever?
Marcos: Eu gosto de escrever por lazer, desde o segundo grau
(meados de 93, 94). Mas, comecei a escrever com a pretensão de ter uma história
terminada em 2005 ou 2006, se não me falha a memória.
Blog:
Vejo que Peregrino representa muito para
você. O que o faz tão especial?
Marcos: Foi o primeiro livro que escrevi. O primeiro texto que
tive a pretensão de dizer que estava escrevendo um livro. Mas, o mais
importante é que pude fazer dele uma homenagem a um grande amigo que se foi
quando tínhamos uns 7 anos. Ele morreu de câncer. Esse meu amigo chamava-se
Thiers.
Blog:
Foram quatro anos do surgimento das
idéias até a publicação pela editora Multifoco. Conte-nos como foi essa
experiência de escrevê-lo.
Marcos: Eu não cheguei a escrevê-lo de uma vez. Cheguei a
passar mais de dois anos sem pegar no texto. Comecei a escrevê-lo em 2007 e em
2009 resolvi voltar a escrever e terminei em março de 2010. O mais interessante
é que terminei meu segundo livro também em março (2012). Março está virando um
marco para mim...
Comecei
a escrever Peregrino sem pretensão de ter um livro escrito. Apenas havia
imaginado uma história sobre um cerco a uma aldeia. Ao terminar de escrever a
invasão a essa aldeia, senti a necessidade de falar sobre a história de dois
personagens envolvidos nesse cerco: Thiers e Enoque. Surgiu então a Huega, os
clãs e toda a cultura dos baharans. Um capítulo levou a outro e mais outro. Fui
escrevendo pelo prazer de criar, admirado em construir cada personagem e como
ele se inseria na história. O mais gostoso de tudo é imaginar como vivia
determinado povo, suas crenças e sua forma de viver.
Aos
poucos, os personagens e a história vão ganhando vida.
Blog: O que você sentiu quando você viu pela
primeira vez o exemplar finalizado?
Marcos: Não senti nada ao terminá-lo. Para falar a verdade
estava mentalmente cansado. Minha maior preocupação era de finalizar o livro de
forma convincente sem haver um final abrupto. Queria também terminá-lo dando a
possibilidade de tanto ser apenas um volume como também de haver uma
continuação. Essa preocupação me deixou extenuado e não consegui ter a sensação
de “acabei um livro”. Mas, após imprimi-lo e encaderná-lo para poder enviar
para a Biblioteca Nacional e conseguir registrá-lo, pude então ter a sensação
de dever cumprido. É indescritível sentir o peso, olhar todas aquelas
páginas... naquele momento o sonho virou concreto, palpável.
Blog: Você construiu personagens fortes e lugares
maravilhosos. Onde buscava inspiração para criá-los?
Marcos: Não sei dizer. Ao criar um personagem eu procurava
imaginar a forma como ele se comportava. Seus sentimentos, trejeitos...
conseguia tê-los bem reais na minha cabeça. E isso ajudava a construir a
história, por ter bem claro como cada personagem reagiria em dada situação.
Acredito que ter personagens bem caracterizados é o mais importante ao
escrever, espero que todos concordem com você, quanto a força dos personagens.
Em
relação aos lugares, sou fã de Marion Zimmer Bradley, autora de “As Brumas de
Avalon” e da série Darkover. Sempre admirei a sua capacidade descritiva. As
vezes o frio que ela descrevia chegava quase a ser real e isso me dava uma
experiência literária sem igual (como leitor). Quando eu descrevia um lugar,
tentava poder transmitir ao meu leitor uma experiência parecida. Queria que ele
pudesse “sentir” como eram quentes as areias do deserto de Aynol, assim como
ficasse sem fôlego ao acompanhar o duelo de Asbed nas árvores.
Blog: Existem personagens em sua história que
significam muito mais que apenas mais um personagem do livro. Fale um pouco
sobre isso.
Marcos: Como disse anteriormente, o protagonista do livro se
tornou uma homenagem ao meu amigo que se foi. Quando ele morreu, não pude ir ao
seu enterro e na escola foi plantada uma árvore em sua homenagem: uma
mangueira. Mas, me disseram que essa árvore, anos mais tarde, havia morrido.
Quis então fazer a minha homenagem, através do livro, afinal, uma obra
literária se eterniza... e ele não seria esquecido.
Ele era
apaixonado por uma garota da escola chamada Marcelle Passarinho. A banda que ele
mais gostava era o biquíni cavadão. Passei horas escrevendo Peregrino e ouvindo
a essa banda. Em um capítulo, como homenagem, há uma passagem de uma das
músicas: “Meu Reino”.
Minha
maior satisfação foi ver o pai de Thiers no lançamento do meu livro. Fazia mais
de quinze anos que não nos víamos.
Blog: O pós publicação e a nova vida como
escritor, mudou sua forma de enxergar o mundo literário no Brasil?
Marcos: Sim. Lia sobre as dificuldades de escrever o livro e
que era ainda mais difícil publicá-lo. Mas, acredito que mais difícil ainda é a
divulgação do seu trabalho. Ainda mais se você publica de forma independente ou
com uma pequena editora, como foi o meu caso. Todo esse trabalho fica sendo
exclusivamente do autor. Sem experiência, você vai trilhando o caminho através
de erros e acertos. Tive muita sorte de poder contar com os conselhos de
autores como Raphael Draccon e Larissa Siriani que dividiram um pouco de sua
experiência. Não tem como esquecer os blogs literários. Sem eles, muito
provavelmente, Peregrino não teria a metade da visibilidade que teve.
Principalmente os três primeiros que tive contato: “Mania de Ler”, “Viagem
Literária” e “Li Um Livro”.
Blog: Como é a relação com os leitores da obra?
Você recebe muitos feedbacks?
Marcos: Tenho tido sim, mas sempre tenho necessidade de mais. A
maioria das críticas tem me ajudado na preparação dessa segunda edição. Querem
que fale mais sobre o romance de Thiers e Marcelle, sobre a infância de
Nathalie e sobre os famigerados erros de revisão que, infelizmente, a editora
não fez (revisão) apesar de ter prometido. Erros bestas que um mínimo de
cuidado por parte dela teria evitado, e que quando se está escrevendo, de tanto
ler, reler e modificar o texto, você acaba não vendo.
Até
hoje não recebi nenhum retorno de pessoa que não tenha gostado do livro. Já
tiveram pessoas que acharam a história surpreendente e que não conseguiram
imaginar o final, que tiveram vontade de matar Enoque, que adoraram o Jonas e
que se emocionaram com a história de Thiers. E, o mais surpreendente, uma
pessoa disse ter tido vontade de provar sakiah.
Achei
muito legal.
É
através desse retorno que a gente consegue mensurar como a história que a gente
escreveu consegue tocar o outro. E aquela história imaginada, que eu sonhava
sozinho, vai se tornando pouco a pouco um sonho coletivo.
Isso
não tem preço.
Blog: Peregrino já pousou em vários blogs
literários e em muitas noticias por ai. Como é o acompanhamento desses vôos de
Peregrino?
Marcos: Muito positivo. Em sua maioria, de 5 estrelas o livro
tem recebido 4. Duas vezes recebeu 3 estrelas, mas, pelo que me disseram, se
deu muito mais pelos erros que, infelizmente essa edição apresentou do que por
não terem apreciado a história.
Dois
deles chegaram a dizer que Peregrino estava entre os melhores livros lidos no
ano passado.
Para um
autor iniciante, nada poderia me deixar mais feliz.
***
Segunda parte:
Projetos, vida social e outros
Blog: Assim como eu, você é grande fã do escritor
Raphael Draccon, autor da trilogia Dragões de Éter. Como foi ter dois textos
seus no pódio final do concurso de contos?
Marcos: Fiquei satisfeito é claro. Mas, para mim, o mais
importante não foi nem ter conseguido ficar entre os cinco, pois havia textos
que não estavam lá e que eu considerava, inclusive, melhores que o meu. O melhor foi poder ter a oportunidade de
conversar com o Draccon e saber um pouco mais de sua trajetória e receber dicas
que me permitiram melhorar ainda mais a minha escrita. Raphael é uma pessoa sem
igual.
Blog: Você escreveu alguns contos e o que mais me
emocionou foi Refúgio. Conte-nos um pouco sobre ele e sobre essas criações.
Marcos: Eu escrevi em um dia em que estava chateado porque
estava havendo uma série de dificuldades para o lançamento do meu livro. Estava
chateado e queria escrever para treinar meu texto dramático. Então, procurei
retratar a forma como o personagem lidava com a tristeza e a solidão.
Ele
gostava delas.
Me deu
muita satisfação em escrever esse conto. Ainda mais do retorno das pessoas.
Mas, depois dele, não tive mais idéias para outros contos.
Aceito
sugestões. Risos.
Blog: Como é dividir seu tempo para trabalhar,
escrever e dedicar-se a família?
Marcos: Não é fácil. Ainda mais porque meu trabalho exige que
eu viaje constantemente. Há momentos que quero escrever e estou cansado. Outros
que gostaria de poder curtir mais a família, como agora que meu filho nasceu e
me sinto na obrigação de terminar a revisão para segunda edição de Peregrino.
Meu grande desafio e conseguir fazer uma rotina para conciliar tudo isso.
Blog: Seu próximo projeto já foi finalizado.
Pretende publicá-lo ainda esse ano?
Marcos: Gostaria, mas duvido muito que o faça. As editoras
estão com sua programação de publicação para esse ano fechada. Além disso, há
todo o prazo de avaliação que, normalmente, leva algo em torno de 4 a 6 meses.
Caso seja aprovado, aí terá que entrar na programação de publicação...
Blog: Deixe algum recado para os leitores do blog
e os fãs de Peregrino.
Marcos: Espero que tenham gostado dessa entrevista e, quem
sabe, tenha ajudado a entender um pouco mais do universo de Peregrino. Aqueles
que ainda não puderam conhecer esse livro, convido-os o conhecerem. Estarei à
disposição se quiserem compartilhar a experiência.
Convido-os,
também a visitar meu blog para conhecerem os outros trabalhos.
Agradeço
a você, Moisés, pela oportunidade e gostaria de parabenizá-lo pela construção
que tem feito deste espaço. Espero que mais e mais leitores possam usufruir das
informações que tem nos agraciado e, espero, que em breve possamos conhecer o
livro que dá nome a esse blog. Que “A Profecia de Leslienth” se torne uma
realidade não só para você, mas para todos nós, seus leitores.
Grande
Abraço
Blog: Gostaria
de agradecer pela participação dessa entrevista e por ter compartilhado com os
leitores do blog um pouco de sua experiência e trajetória como escritor.
Parabéns
pelo excelente trabalho que foi Peregrino e que seu próximo livro seja tão bom
quanto.
***
É isso
aí pessoal. Mais uma entrevista concluída pelo blog pra vocês.
Agora,
queremos saber de vocês. Já conheciam Peregrino? Já leu?
O que
você achou?
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conosco sua experiência. Comente!
Abraço
a todos!
Março está virando um marco para Marcos... Haha!
ResponderExcluirMarcante, não?
Excluir:D
Marcos, como você consegue morar em Natal e ser auditor fiscal na Paraíba?
ResponderExcluirTrabalho em regime de plantão.
ExcluirNão li, mas um dia marcaremos para falar sobre o seu feito.
ResponderExcluirUm abraço!
There will be a for a longer time pause between coding sequences.
ResponderExcluirMake certain they let a fifteen working day return period of time.
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